quinta-feira, 28 de maio de 2009

É Pá!


Cá estou eu acabado de chegar de mais uma viagem, em trabalho obviamente. Desta vez o destino foi Torrão, no meio do Alentejo (para os geograficamente mais leigos, fica perto de Alcacér do Sal). E, como é óbvio, escrevo-vos depois de uma dose de choco frito e de uma caneca da cerveja mais gelada que alguma vez bebi na minha vida. Ou pelo menos parecia...

Durante a viagem de regresso, vinha matutando que, às vezes penso muito bem nas coisas antes de as fazer, isto porque no meio da viagem veio a vontade de comer um Epá. Parei numa área de serviço, daquelas em que uma sandes de delícias do mar e um Compal custam tanto como um lombo de pato no forno com framboesas no Tavares Rico, e só após estar no carro com a chave na ignição, motor a trabalhar, copo do gelado numa mão e colher na outra é que me apercebi que não existe muito espaço para a condução. A sorte é que, como bom português, tudo se resolve com um espectacular número de circo. Mas isto não é de agora. pelo menos das duas vezes que fui ao Ikea comprar mobilias lá para casa, so quando chego ao carro é que me apercebo que afinal não cabe tudo lá dentro. A sorte disto tudo é que o MacGyver de Mafra tem sempre solução para tudo e as mobilias encontram-se montadas lá em casa.

Como uma viagem de 2 horas ainda dá muito em que pensar, vinha indagando sobre o fim da mítica pastilha no fim do Epá, enquanto comia o gelado e guiava o carro com o joelho. Que é feito disso? Agora substituiram a pastilha por uns rebuçados que fazem com que um xarope para a tosse pareça um sumo de manga natural. Sem dúvida alguma que isto é trabalho da ASAE.

Andamos a estragar as nossas crianças. No meu tempo, comiamos cerca de 900 gramas de terra por dia, andavamos todos arranhados por correr no meio das silvas e dos cardos, andavamos de bicicleta sem capacetes e sem joelheiras a tentar bater recordes de velocidade e agora já nem podemos dar uma pastilha, por mais ramelosa que seja, no fim do gelado. Puto meu que se prepare. Tem de comer uma boa dose semanal de terra e poeira para ganhar defesas.

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